A incontinência urinária (IU) é considerada um problema de saúde pública que afeta milhões de pessoas, sobretudo mulheres idosas, com impacto expressivo na qualidade de vida (Sociedade Brasileira De Urologia, 2021). Definida pela Sociedade Brasileira de Incontinência (SBI) como a perda involuntária de urina, a IU associa-se a repercussões físicas, psicológicas e sociais que muitas vezes são subestimadas (Tamanini et al., 2009). Estima-se que sua prevalência varie entre 25% e 45% em mulheres idosas, sendo mais comuns a incontinência de esforço e a forma mista (Sociedade Brasileira De Urologia, 2021). Além dos sintomas clínicos e do comprometimento da funcionalidade, a incontinência urinária também gera efeitos subjetivos relevantes, como depressão, ansiedade, baixa autoestima e isolamento social. Pesquisas apontam que entre 28% e 62% das mulheres idosas com IU apresentam sintomas depressivos, e que sentimentos de vergonha e constrangimento frequentemente restringem sua participação em atividades sociais e recreativas, intensificando o impacto negativo sobre a qualidade de vida (Silva et al., 2022; Garcia et al., 2021).
Nesta atividade, você terá a oportunidade de vivenciar na prática como um instrumento científico pode revelar o impacto da incontinência urinária na vida de mulheres idosas. O King’s Health Questionnaire (KHQ) é um questionário internacionalmente validado e amplamente utilizado na área da saúde da mulher, justamente por avaliar de forma abrangente a qualidade de vida em diferentes domínios.
Sua tarefa será aplicar o KHQ em uma mulher com idade igual ou superior a 50 anos (pode ser familiar, vizinha, conhecida ou paciente atendida em estágio/sala de prática). Não será necessária nenhuma intervenção clínica, apenas a aplicação cuidadosa do questionário, o registro das respostas e a análise descritiva dos resultados obtidos.
Ao realizar esta atividade, você compreenderá a importância de utilizar instrumentos padronizados e validados na prática fisioterapêutica, pois eles permitem não apenas mensurar sintomas, mas também reconhecer o impacto funcional, emocional e social da condição, favorecendo uma visão integral da paciente e subsidiando futuras tomadas de decisão clínica.