Embora cada crime cometido por uma arma de fogo possua características únicas, os vestígios deixados pelo disparo de projéteis dessas armas no ambiente e as características das próprias armas são comuns e bem conhecidos pela ciência. Cabe ao perito criminal examinar esses vestígios sob o enfoque de cada caso, inferindo, sempre que possível, a dinâmica dos eventos e identificando os autores desses eventos. Assim, é fundamental que um perito criminal, ao examinar um local de morte violenta por meio de arma de fogo, conheça todas as características e vestígios que essas armas podem deixar no local.
Fonte: FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA. Anuário Brasileiro de Segurança Pública. São Paulo: FBSP, 2024. p. 34.
Para este trabalho, imagine que você é um perito criminal plantonista e que foi requisitado para examinar um local de crime com vítima fatal por disparo de arma de fogo.
Ao chegar ao local do fato, você recebe informações de um policial militar que preservava a área. Segundo as informações, dois amigos estavam examinando um revólver, calibre nominal 32, quando a arma teria disparado acidentalmente e acertado a cabeça de um deles, que morreu no local. O policial informou ainda que, desde o momento de sua chegada, o local encontrava-se isolado.
Ao adentrar o local, você encontra o cadáver na área externa posterior da residência, que constituía o local do crime. O exame do local não revelou vestígios de escalada, arrombamento ou destruição de obstáculos que indicassem uma entrada forçada no imóvel.